A Experiência do Colaborador - EX

Tão importante quanto a experiência do cliente (UX), é a experiência da pessoa que está ali se relacionando com o cliente, o colaborador.

Desde a necessidade de contratar uma nova pessoa, o andamento e desenvolvimento na empresa e até o momento do desligamento, todos estes passos precisam da devida atenção pelos gestores e profissionais das áreas de pessoas no objetivo de desenvolver uma experiência.

1) Contratação de uma nova pessoa

Entender bem o motivo da necessidade da vinda dessa nova pessoa influencia diretamente nas estratégias de R&S, e faz diferença no sucesso da contratação. É ai que a experiência começa.

A experiência do colaborador não começa no primeiro dia de trabalho, mas sim desde o momento que surge a necessidade de contratar uma nova pessoa, seja para substituir alguém, como aumento de quadro, temporário ou para dar suporte em um projeto específico. Seja qual for o motivo, a área de pessoas precisa entender bem o motivo da vinda dessa pessoa com o gestor para transmitir corretamente a descrição da vaga e explicar bem para essa pessoa o seu motivo e propósito para a empresa, e se isso tem a ver com o que ela procura. Tantos erros e problemas poderiam ser evitados se a área de contratação fosse levada mais à sério. Depois que contrata alguém, essa pessoa começa a se integrar na cultura, no cargo, na missão. E se foi uma contratação equivocada no sentido da falta de alinhamento entre as expectativas de ambas as partes (empresa e colaborador), isso só tratá um processo desgastante para a pessoa e a empresa.

Por isso a importância de entender bem o motivo da vinda dessa pessoa para que o profissional de recrutamento e seleção poder investir em sua busca e nas entrevistas. Bem como nas estratégias de divulgação dessa vaga e no processo de seleção. E assim começa a experiência.

2) Após a contratação, é hora da integração

A empresa precisa apresentar o seu mundo, seu modo de funcionamento, as pessoas, os comportamentos, as expectativas, a cultura. E acolher da mesma forma.

Recentemente fiz um post somente sobre o processo de integração de novos colaboradores com dicas, etapas e dando a devida importância nesse momento que precisa ser uma boa experiência para a nova pessoa. É nessa hora que a empresa se apresenta, mostra todo o seu mundo interno por meio de um planejamento de integração feito de forma personalizada dependendo do grupo de cargos (hierarquicamente falando, como por exemplo, grupo de estagiários e jovens aprendizes, grupo de gerentes e diretores, chão de fábrica, operações, etc). Muitos dizem que uma boa integração faz uma grande (para não dizer toda) diferença no andamento dessa pessoa na empresa, é nesse momento que a pessoa é acolhida e apresentada. Ela precisa viver a empresa, ter a teoria e prática, conhecer pessoas chaves, parceiros, unidades de negócio. Em resumo, a empresa diz o que ela é pois ela precisa saber quando for, eventualmente, representar a empresa para clientes ou até mesmo para amigos e familiares que perguntarem onde você trabalha e o que você faz.

3) Uma relação de ganha-ganha, desenvolvimento e oportunidade

Após meses e anos, a empresa precisa se atentar a experiência do seu colaborador, em oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento

Durante as inúmeras horas de trabalho, dedicação, energia e tempo gasto, envolvimentos físicos e emocionais, essa pessoa precisa encontrar motivação suficiente para manter esse relacionamento vivo, e que não comece a logo procurar outra oportunidade por algum tipo de frustração. Essa motivação, além de ser uma viagem interna e introspectiva, a empresa também pode e deve ajudar, estimulando o desenvolvimento pessoal e profissional, oferecendo oportunidade em novos projetos, novas oportunidades de cargos sejam de formas horizontais ou verticais, criando momentos divertidos em datas comemorativas, dando a devida importância no dia do aniversário, enfim, são inúmeras ações internas que podem ser feitas, tudo vai variar conforme o porte e cultura da empresa, e da estratégia de RH e de endomarketing. 4) O momento do desligamento também faz parte da experiência

É preciso humanizar também a saída, oferecendo caminhos para recolocação no mercado, oferecendo feedbacks e indicações, se possível

No momento que a pessoa anuncia que não vai mais continuar na empresa, ou que a empresa opta pela não continuidade dela, pode ser um rompimento tranquilo e até de comemorações por conta de um surgimento de um cargo melhor, mas também pode ser uma situação delicada e dolorosa. Varia muito de situação para situação. As vezes a saída da pessoa cria um clima de perda e de luto, isso por que ela era a empresa, de alguma forma, ainda mais se ficou por um longo tempo, é uma perda de qualquer forma, mas faz parte. Em geral, o que pode ser feito para amenizar o processo, é ser transparente na decisão, seja por parte da empresa e/ou do colaborador, isso pode ajudar a empresa a entender questões que talvez ela não esteja vendo, e ajudar também a pessoa (se ela for desligada por parte da empresa) oferecendo algum feedback útil para as suas próximas experiências. Algumas empresas oferecem indicações por parte do gestor ou diretor, isso por ajudar muito na recolocação daquela pessoa no mercado. Também é possível tentar recolocar essa pessoa em outra posição dentro da empresa, ou conversando com contatos de parceiros e empresas relacionados ao negócio. Tudo isso pode confortar e humanizar essa saída. 5) Faça um projeto de experiência do colaborador

Investir na experiência do colaborador é cuidar da saúde da empresa

Todas estas dicas são apenas algumas indicações e inspirações para os profissionais das áreas de pessoas, líderes e gestores que acreditam no investimento na experiência do colaborador, na pessoa, no seu relacionamento com o trabalho, na sua qualidade de vida. É claro que a experiência e o projeto vão variar conforme a cultura da empresa, na realidade, operação, etc.