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Whatsapp nas empresas - Precisamos falar sobre isso

  • Foto do escritor: Rafael Benedetti
    Rafael Benedetti
  • 20 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Vocês estão prontos para essa conversa? O Whatsapp cresceu de tal forma que muitas pessoas incorporaram essa ferramenta para a maioria dos seus ciclos sociais, inclusive os profissionais. Mas existe ainda muita controversa e debate sobre os bons hábitos do uso desse aplicativo.


Sabemos como usar essa nova tecnologia?

Com o tempo, percebemos muitas pessoas criando hábitos não muito saudáveis com o aplicativo, desenvolvendo comportamentos de ansiedade, raiva e agitação perante tantas mensagens e uma incapacidade de ler todas dos mais variados grupos. Vimos pessoas saindo de grupos de famílias por incompatibilidade de compactuar com as ideias ali compartilhadas, e grupos sendo criados por qualquer coisa, gerando um acúmulo e, muitas vezes, sem compartilhar nada por muito tempo. Com o tempo e experiência do aplicativo conforme o uso das pessoas, observamos o aparecimento de funções de silenciar conversas, optar se deseja ou não entrar em um grupo no qual foi adicionado e a função de ocultar se a mensagem foi de fato lida. Percebemos o quanto algumas pessoas ficaram inconformadas quando alguém não responde uma mensagem se passar minutos, uma ou mais horas. Com isso, notamos também pessoas precisando se desculpar arduamente pelo fato de não responderem em tão pouco tempo. Claro que o foco é em situações mais complicadas, pois o aplicativo pode ser de muita utilidade em várias situações. Mas, queria focar especificamente nesse ponto que precisamos conversar: os grupos de Whatsapp do trabalho.


E como fica o uso do Whatsapp nas relações de trabalho?

Como grupos são criados para ajudar a comunicação nas relações sociais, no trabalho obviamente não seria diferente. Hoje em dia parece que muitas empresas tem diversos grupos: para a empresa geral, o departamento, o grupo de brincadeiras, o grupo mais sério, o comitê 'y' e 'z', etc. É engraçado que você não tem muita escolha se entra ou não no grupo, é preciso entrar como se fosse um comportamento natural e já esperado.


O problema mesmo destes grupos é quando a dinâmica de trabalho se estende além do horário, criando um clima de constante disponibilidade, já que muitos estão sempre com o celular durante o dia inteiro. Pode ser chato enviar mensagens de assuntos de trabalho nas noites de sexta-feira, feriados ou finais de semana só porque alguém resolve trabalhar em casa em algum destes dias. Mas, parece que algumas pessoas não percebem e enviam as mensagens para seus colaboradores. Muitas vezes, para não criar um clima ruim, a pessoa acaba respondendo por respeito ou educação e pode ser que isto se torne um hábito.


Algumas empresas têm o benefício de dar um celular, além do seu celular pessoal. Este sim pode ser um símbolo de: esteja pronto e alerta a qualquer momento. Mas muitas pessoas não tem esse benefício, e o celular é do seu uso pessoal, e não necessariamente profissional. Percebe a confusão que pode criar entre estes dois mundos? Alguns chefes ou líderes podem achar que a pessoa precisa se entregar ao trabalho de tal forma que, se for necessário trabalhar de sexta de noite ou finais de semana (não constando isso no contrato de trabalho), ele vai mandar mensagem e espera que seja respondida.



Veja como as pessoas estão reagindo a isso

É claro que algumas tarefas emergenciais fora do horário podem surgir, isso são exceções e acontecem. Mas é importante ter uma política de Whatsapp para as empresas, para saber o motivo da criação de tal grupo, quais são as boas práticas e bons comportamentos, horários de melhor troca de mensagem, entre outros comportamentos. Não é porque alguém gosta de trabalhar de final de semana que vai também puxar outras pessoas para isso.


Pensando mais uma vez na humanização no ambiente de trabalho, o respeito é o pilar principal na relação entre empresa e colaborador, portanto, antes de mais nada, é preciso conversar, dialogar e combinar. É importante abrir a conversar para ver o que as pessoas acham disso antes de impor grupos de Whatsapp. Às vezes, o grupo do Whatsapp pode estar mais atrapalhando do que ajudando. Cada caso é um caso, mas o ideal é ver o que as pessoas acham para evitar que se crie uma situação potencialmente tóxica.


Como está nossa gestão e noção do tempo versus a quantidade de tarefas?

A tecnologia nos dá possibilidade de fazermos muito mais do que antes fazíamos . Se com o Whatsapp conseguimos nos comunicar mais rápido, não quer dizer que podemos fazer mais do que nossa própria capacidade. Precisamos sempre nos atentar à quantidade de pessoas e à expectativa de tarefas em relação ao tempo de entrega das mesmas. Ou seja, não quer dizer que com duas pessoas podemos fazer o trabalho de oito, bastando só acreditar e trabalhar todos os dias sem parar, pois isso poderia ocasionar um curto circuito.


Com duas pessoas, fazemos o trabalho de duas pessoas. E com vinte, fazemos o trabalho de vinte pessoas. A quantidade de trabalho aumenta conforme a quantidade de pessoas. O Whatsapp ajuda a se comunicar, mas não quer dizer que vamos trabalhar muito mais por conta dessa ferramenta. Não adianta planejar um tanto no dia se não é possível fazer tudo isso com a mínima saúde física e mental.

Eternos aprendizes com base na tentativa e erro

Para concluir saliento um ponto: Parece que ficamos animados e entusiasmados (como uma criança que enxerga uma torre de sorvete) com as tecnologias que surgem, com essa novidade tão bacana, repleta de recursos e possibilidades. Mas, ao mesmo tempo, tais tecnologias podem se chocar com algumas das dificuldades que existem nos círculos sociais.


Com o tempo, após brigas, tristezas e às vezes frustrações associadas a sentimentos de esgotamento, podemos aprender a usar as tecnologias observando e entendendo o que elas podem trazer de bom e de ruim para cada um. Podemos aprender por meio da experiência e, com ela, avisarmos e alertarmos aos mais novos que estão começando a usar para que não cometam os nossos mesmos erros.


O que você acha de tudo isso?


1 Comment


carlagowork
May 20, 2020

Um desafio sobre a tecnologia é aproveitar os benefícios dela sem perder a noção que por trás de uma tela há um ser humano. E sim, as relações entre pessoas devem ser pautadas no respeito e cuidado.

É gentil e respeitoso responder adequadamente. Uma resposta rápida nem sempre é possível e honestamente pode até nem ser saudável porque isso requer uma conexão virtual em boa parte do tempo. Mas o cuidado de justificar soa gentil e humano. Tipo: "desculpe, não pude responder antes, mas...."

Quanto aos limites é necessário que a gestão tenha essa política muito clara pq infelizmente o colaborador pode se sentir desconfortável de impor limites ao seu superior. Por outro lado, isso é uma mudança de cultura…


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